Gestão integrada do conhecimento no sector turístico. Proposta de matriz de análise.
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Resumo
O sector turístico apresenta-se como um sector de actividade baseado em serviços, assentes em empresas de pequenas e médias dimensões, para quem a informação e o conhecimento são ferramentas chave para definir estratégias e planos de negócio adequados e próximos da realidade. Este artigo visa trazer à discussão o conceito de gestão integrada do conhecimento e apresentar sucintamente uma matriz desenvolvida no âmbito de uma tese de doutoramento em turismo na Universidade de Aveiro. A matriz EGIC (Espiral da Gestão Integrada do Conhecimento) pretende evidenciar uma metodologia de trabalho flexível e facilmente adaptada a diferentes realidades turísticas e segmentos de mercado e que pode ser facilmente utilizada por empresas públicas, privadas e órgãos de gestão dos destinos. Os autores testaram a matriz ao aplica-la no estudo de um segmento de mercado em expansão, o Turismo residencial, demonstrando deste modo a sua utilidade e as mais valias dos resultados obtidos para o sector.
Abstract
Tourism sector is based in services, most of them offered by small enterprises. The information and knowledge represents to this enterprises one of the main areas, used to define strategies and short/medium term business plans. This paper pretends to discuss the integrated knowledge management concept and present a new matrix developed during a Phd Thesis in Tourism at University of Aveiro (Portugal). The EGIC Matrix (Integrated Knowledge Management Spiral) is a new flexible methodology that can be used to analyse different destinations or even tourism market segments. Is a new concept of an integrated approach that can be very useful for public and private enterprises and tourism organizations. The authors used this matrix to study a market segment growing, residential tourism, thus proving its usefulness and added value achieved for the sector.

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Publié le 01 janvier 2009
Nombre de lectures 16
Langue Português
Poids de l'ouvrage 1 Mo

Extrait



Vol. 7 Nº3 págs. 475-490. 2009

www.pasosonline.org


Gestão integrada do conhecimento no sector turístico.
Proposta de matriz de análise.


iCláudia Ribeiro de Almeida
Universidade do Algarve (Portugal)
iiAna Maria Ferreira
Universidade do Algarve (Portugal)
iiiCarlos Costa
Universidade do Aveiro (Portugal)




Resumo: O sector turístico apresenta-se como um sector de actividade baseado em serviços, assentes em
empresas de pequenas e médias dimensões, para quem a informação e o conhecim ento são ferramentas
chave para definir estratégias e planos de negócio adequados e próximos da realidade. Este artigo visa
trazer à discussão o conceito de gestão integrada do conhecimento e apresentar sucintamente uma matriz
desenvolvida no âmbito de uma tese de doutoramento em turismo na Universidade de Aveiro. A matriz
EGIC (Espiral da Gestão Integrada do Conhecimento) pretende evidenciar uma metodologia de trabalho
flexível e facilmente adaptada a diferentes realidades turísticas e segmentos de mercado e que pode ser
facilmente utilizada por empresas públicas, privadas e órgãos de gestão dos destinos. Os autores testaram
a matriz ao a plica-la no estudo de um segmento de m ercado em expansão, o Turismo residencial,
demonstrando deste modo a sua utilidade e as mais valias dos resultados obtidos para o sector.

Palavras chave: Gestão integrada do conhecimento; Turismo; Matriz EGIC; Estratégia



Abstract: Tourism sect or is base d i n s ervices, mof tost hem of fered by sm all enterprises. The
information and knowledge represents to this enterprise s one of the main areas, used to define strategies
and sho rt/medium ter m b usiness plans. This paper pr etends t o discuss th e in tegrated knowledge
management concept and present a new matrix developed during a Phd Thesis in Tourism at University
of Aveiro (Portugal). The EGIC Matrix (Integrated Knowledge Management Spiral) is a n ew flexible
methodology that can be used to analyse different destinations or even tourism market segments. Is a new
concept of an integrated approach that can be very useful for public and private enterprises and tourism
organizations. The authors used this matrix to study a market segment growing, residential tourism, thus
proving its usefulness and added value achieved for the sector.
Keywords: Knowledge management; Tourism; EGIC Matrix; Strategies.




i Dra Turismo pela Universidades de Aveiro. Universidade do Algarve. E-mail: calmeida@ualg.pt
ii Dra Turismo pela Universidades de Aveiro. Universidade do Algarve. E-mail: amferrei@ualg.pt
iii Dr. em Turismo pela Universidade de Surrey (Reino Unido). Universidade do Aveiro.
© PASOS. Revista de Turismo y Patrimonio Cultural. ISSN 1695-7121 476 Gestão integrada do conhecimento no sector turístico …


Introdução lund, 1993; Grant, 1996; Prusak, 1996;
Roth, 1996; Spender, 1996; Gartner, 1998 e
No cenário de incerteza que se vive ac- Shin, 2001, cits. in Holsapple, 2002) e
tortualmente as organizações só conse-guem nar-se numa arma poderosa para a
sustenser competitivas ao criarem conhe-cimento, tabilidade das organizações Choi (2002) e
disseminando-o por toda a orga-nização e para a resolução de problemas ou
aproveiao desenvolverem novos pró-dutos e servi- tar oportunidades (Earl, 1999; Parlby,
ços. O sucesso competitivo baseia-se na 2000, cits. in Plessis, 2005 e Zach, 1999). É
forma como o capital intelectual é gerido, também uma nova área de investigação
desde a sua captação, codificação e trans- académica Plessis (2005).
ferência de modo a adquirir novas com- Inkpen (1998) refere que a criação do
petências por via da formação e desenvol- novo conhecimento é o grande desafio das
vimento até à reen-genharia de processos organizações, potenciando a sua mudança.
(Bontis, 1996, cit. in Plessis, 2005). Havens, 1999, cit. in Plessis (2005) salienta
No sector turístico, onde se podem en- que a gestão do conhecimento permite aos
contrar organizações de pequenas e médias indivíduos inovarem e tomarem decisões
dimensões, o conhecimento assu-me um conscientes e efectivas. Van der Spek, 2000,
papel fulcral, assegurando a dispo- cit. in Plessis (2005) refere que o principal
nibilidade e o acesso a conhecimento es- objectivo da gestão do conhe-cimento é
tratégico sobre mercados, produtos e servi- arranjar, orquestrar e organizar o ambiente
ços, concorrentes, processos e proce- em que as pessoas são convi-dadas a fazer,
dimentos, competências, assim como a le- desenvolver, partilhar, com-binar e
consoligislação aplicável, de modo a facilitar a dar conhecimento.
tomada de decisão nas actividades diárias
(Plessis, 2005). Definição de conhecimento

Evolução A definição de “conhecimento” é uma
questão que tem vindo a ser debatida no
O conceito de gestão do conhecimento meio académico, tendo sido apresentadas
surgiu nos anos 80, sendo definido na altu- ao longo dos anos diversas definições:
ra por Chase, 1997, cit. in Ruhanen (2004) (i) Conhecimento é a informação
organicomo “uma forma de encorajar os indiví- zada e utilizada para resolver um problema
duos a partilhar conhecimento e ideias de (Woolf, 1990, cit. in Kakabadse, 2001);
modo a criar valor acrescido aos produtos e (ii) Conhecimento é a informação que foi
serviços”. De um modo geral a gestão do organizada e analisada de modo a torna-la
conhecimento é um processo em que a pro- compreensível a aplicável à resolução de
priedade intelectual e a inves-tigação se um problema ou decisão (Turban, 1992, cit.
associam e se transformam em capacidades in Kakabadse, 2001);
que permitem melhorar as competências de (iii) O conhecimento consiste em
verdauma organização, possi-bilitando-lhes uma des, perspectivas e conceitos, julgamentos e
viabilidade e um sucesso a longo prazo expectativas, metodologias e know-how
(Wiig, 1997, cit. in Ruhanen, 2004). (Wiig, 1993, cit. in Kakabadse, 2001);
Beijerse, 1999, cit. in Ruhanen (2004) (iv) O conhecimento é um conjunto de
sugere que a adopção desta estratégia pode experiências e procedimentos que são
conpermitir a uma organização tornar-se mais siderados correctos e verdadeiros, que
lucrativa, eficiente e competitiva, operar de guiam pensamentos, comportamentos e
forma mais inteligente no mer-cado, criar formas de comunicar dos indivíduos (Van
conhecimento e uma rede de parceiros es- der Spek, 1997, cit. in Kakabadse, 2001);
tratégicos. (v) O conhecimento é a representação do
A gestão do conhecimento descreve uma mundo real e o produto da interacção entre
prática empresarial, um recurso importan- o conhecimento individual e a realidade
te para as organizações que pode originar (Krogh, 1998, cit. in Kakabadse, 2001).
vantagens competitivas (Holsapple, 1987; (vi) O conhecimento é uma força que
poWinter, 1987; Paradice, 1989; Prahalad, de ser utilizada para ultrapassar barreiras,
1990; Nonaka, 1991; Drucker, 1993; Hed- influenciar decisões e normalmente para
PASOS. Revista de Turismo y Patrimonio Cultural, 7(3). 2009 ISSN 1695-7121

Cláudia Ribeiro de Almeida, Ana Maria Ferreira e Carlos Costa 477

ajudar os colaboradores das organizações a que o define como uma informação
empreactualizarem conhecimentos, permitindo- sarial sobre clientes, produtos, processos e
lhes atingir novos objectivos e desafios concorrentes. Referem ainda que pode ser
(Stewart, 2001, cit. in McInerney, 2002); apresentado em papel ou em formato
(vii) O conhecimento é diferente da in- electrónico. Posteriormente foram
adicioformação. A informação está relacionada nadas outras valências empresariais ao
com dados, enquanto o conhecimento en- conceito de conhecimento, que se
disvolve um processo com estruturas cogniti- tanciam das definições mais académicas.
vas que assimila a informação e a utiliza
consoante o contexto. A informação existe Barreira para a aplicação de processos de
independentemente de existir um receptor gestão do conhecimento
e um emissor. O conhecimento constitui
informação que foi traduzida de modo para Vários autores têm vindo ao longo dos
ser compreendida pelos indivíduos. O con- últimos anos a analisar quais as principais
hecimento é por isso par-tilhado e transfe- barreiras na aplicação dos processos de
rido Hall (2008). gestão do conhecimento, tais como
DavidTodas as escolas de pensamento concor- son, 2002; Guptara, 2000 e Haye

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