Compendio da relaçam, que veyo da India o anno de 1691
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The Project Gutenberg EBook of Compendio da relaçam, que veyo da India o anno de 1691, by Vicente Barbosa
This eBook is for the use of anyone anywhere at no cost and with almost no restrictions whatsoever. You may copy it,
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Title: Compendio da relaçam, que veyo da India o anno de 1691
Author: Vicente Barbosa
Release Date: November 28, 2006 [EBook #19947]
Language: Portuguese
*** START OF THIS PROJECT GUTENBERG EBOOK COMPENDIO DA RELACAM ***
Produced by Pedro Saborano (Este ficheiro foi produzido a partir da digitalização do original, disponibilizada pela
Biblioteca Nacional de Portugal - This file was produced from images generously made available by the National Library
of Portugal)
Compendio da Relaçam,
Que Veyo da India o Anno De 1691.
A El-Rey N. S. Dom Pedro II.
Da Nova Missam dos Padres Clerigos Regulares da Divina Providencia na Ilha de Borneo.
LISBOA
Na officina de Manoel Lopes Ferreyra.
M. DC. XCII.
Com todas as licenças necessarias.
Partio o Padre Dom Antonino Vintimilha no anno de 1683.dessa Corte de Lisboa para este Emporio do Oriente,
vencidas as grandes difficuldades, que experimentou em Madrid, impedindolhe o fervoroso desejo de passar à India, o
grande credito, [q'] as suas singulares virtudes tinhaõ grangeado em toda Espanha, & continuou na mesma estimaçaõ
neste Oriente pelo indefesso zelo, com que sempre procurou a salvaçaõ ...

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Publié le 08 décembre 2010
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Langue Português

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The Project Gutenberg EBook of Compendio darelaçam, que veyo da India o anno de 1691, byVicente BarbosaThis eBook is for the use of anyone anywhere atno cost and with almost no restrictions whatsoever.You may copy it, give it away or re-use it under theterms of the Project Gutenberg License includedwith this eBook or online at www.gutenberg.orgTitle: Compendio da relaçam, que veyo da India oanno de 1691Author: Vicente BarbosaRelease Date: November 28, 2006 [EBook #19947]Language: Portuguese*E*B* OSTOAK RCT OOMFP TEHNIDSI OP RDOAJ ERCELT AGCUATME *N*B*ERGProduced by Pedro Saborano (Este ficheiro foiproduzido a partir da digitalização do original,disponibilizada pela Biblioteca Nacional de Portugal- This file was produced from images generouslymade available by the National Library of Portugal)
Compendio da Relaçam,Que Veyo da India o Anno De 1691.A El-Rey N. S. Dom Pedro II.dDaa  DNivoivnaa  MPirsosvaidme ndcoias  Pnaa dIlrheas  dCel erBiogronse Ro.egularesLISBOANa officina de Manoel Lopes Ferreyra.M. DC. XCII.Com todas as licenças necessarias.Partio o Padre Dom Antonino Vintimilha no annode 1683.dessa Corte de Lisboa para este Emporiodo Oriente, vencidas as grandes difficuldades, queexperimentou em Madrid, impedindolhe ofervoroso desejo de passar à India, o grandecredito, [q'] as suas singulares virtudes tinhaõgrangeado em toda Espanha, & continuou namesma estimaçaõ neste Oriente pelo indefessozelo, com que sempre procurou a salvaçaõ dasalmas. Agora neste presente anno de 1687.emque tratta o Governador deste Estado, DomRodrigo da Costa, de assentar h[~u]a feitoria navastissima Ilha de Bornèo, a qual tem decircumferencia 550.legoas, & de que se esperaõ
para a Coroa de Portugal grandes utilidades,porque sobre ser muito abundante de todos osgeneros de mantimentos, se acha nella grandequantidade de diamantes, que excedem aos deGolcondâ, de pedras bazares melhores, que asdas outras partes, pimenta mayor que a de Sirûla,canfora muita, & fina, madeira muito forte, muitasminas de metaes, principalmente de ouro, &finalmente gr[~a]de ab[~u]dancia de todas ascousas, que nas mais partes do Oriente se achaõ.E dando noticia o Capitão Luis Francisco Coutinho,Fidalgo de grandes prendas, muy zeloso doserviço de Deos, & de Sua Magestade, destedesignio do Governador, aos Padres da DivinaProvidencia, lhes representou quanto necessariaseria h[~u]a missaõ naquella terra, pois sendodescuberta ha 196.annos, nunca fora cultivada deOperarios Evangelicos, & que aceitando a dittamissaõ, todo o gasto correria por sua-conta. Foitaõ bem aceita de todos os Religiosos desteConvento esta proposta, & principalmente doPadre Dom Antonino Vintimilha, [~q] logo seoffereceo para esta empresa, promettendo aoCapitaõ partir na primeira monçaõ, como succedeoa 6.de Mayo; & foi taõ feliz a viagem, que admirouaos navegantes, por serem muy cõtinuasnaquelles mares as tempestades.Aos 12.de Junho chegou a Malaca, & em 3.diasque alli se deteve, reduzio a hum Bracmane,natural de Goa, o qual levou em sua companhiapara a China, & a h[~u]a molher nobre, que havia12.annos abraçàra a seita de Luthero, & tambem a
hum seu grande bemfeitor, chamado Joaõ Vaz, oqual padecia grandes afflicções por h[~u]a divida,& estando irremisivelmente para o prenderem, deuo Padre h[~u]a Imagem do Padre S. Caetano, aqual o livrou daquella molestia com tantafelicidade, que se foi casual, por ser inopinada, ateve por milagrosa.Alegre com as primicias do seu trabalho, & por terachado a ovelha perdida, partio aos 20.deste mez,proseguindo a viagem com grande bonança atè os13.de Julho, em que aportou na Cidade de Macâo,aonde desembarcando com Luis Francisco, porcausa de hum rijo t[~e]poral, esteve perdida aembarcaçaõ, & o esquife com hum marinheiro coma furia do vento desappareceo, mas ao outro diase achou em terra, livre, sem saber referir o modo;o que se sabe de certo he, que toda aquella noiteesteve o servo de Deos em oraçaõ, implorando oauxilio divino por intercessaõ do grande PatriarcaS. Caetano, & he de crer, fossem ouvidos os seusrogos pelas circunstancias do successo.Seis meses assistio nesta Cidade, dos quaes,sinco passou retirado em h[~u]a Ermida dajurisdicçaõ dos Padres Augustinhos em virtuososexercicios, mas como neste lugar pelo retiro naõpodia exercitar o Sacramento da Penitencia,passou para o Convento dos mesmos Religiosos,sugeitando-se em tudo à obediencia de seuPrelado, como se fora o seu mais inferior subdito.Aqui eraõ taõ frequentes as confissões, que todo odia lhe levava o confessionario.
Nesta Cidade foi Deos servido dar a conhecer osprodigiosos merecimentos de S. Caetano, pormeyo de h[~u]a Imagem sua, a qual mandou oPadre a h[~u]a matrona illustre, que de 13.partosque tivera, nenhum chegàra a receber a agoa doBaptismo; & o mesmo foi applicar-selhe a estampado Santo em 2.de Dezembro de 1687.que lograr ofeliz nascimento de h[~u]a filha da qual emdesempenho da divida se chamou Caetana, & foi aprimeira creatura, a que naquellas partes se impozeste nome.Aos 12.de Janeiro de 1688.proseguio a suaviagem para Bornèo, & sendo muy prospera, o foitambem muito mysteriosa, por aportar em Banjar-massem aos 2.de Fevereiro, dia por tantas rasõespara sua sagrada Religiaõ celebre, & para aquellamissaõ venturoso, por ter tomado o servo de Deosa Senhora da Puresa por protectora de todaaquella Ilha. Com este feliz annuncio entràraõ pelorio acima, parando em o surgidouro em dia deSanta Agueda, tambem mysterioso para o Padre,por lhe cair em sorte de protectora sua aquelleanno. Aqui celebrou Missa com extraordinariojubilo de sua alma, por se ver introdusido naquelleporto, em que lhe vaticinava grandes venturas seuespirito. Mas logo lhe çoçobrou este alvoroço otemor, em que puseraõ aos nossos as noticias dasproximas insolencias daquelles Mouros, com [q']tinhaõ trattado alguns passageiros, & receosos decorrerem semelhante fortuna, intentavaõ sairsedaquelle porto.Sendo esta para o Padre a mayor afflicçaõ, naõ foi
bastante ao divertir, que em a semana Santacelebrasse com toda a edificaçaõ os DivinosOfficios, exposto em a Quinta Feira Mayor, com apossivel decencia, o Divino Sacramento,procurando com espirituaes practicas, queexaminadas as consciencias, fisessem todosh[~u]a exacta confissaõ. Foraõ de tanta admiraçãoestas festivas demonstrações, que hum CapitaõMouro mandou para ajuda dos gastos hum poucode ouro, o qual o Padre Vintimilha com seudesinteresse costumado lhe tornou a mãdar,ficando o Mouro admirado do desapego, & osnossos mais confirmados do despreso com quetrattava as cousas do mundo.Neftes, & outros louvaveis exercicios se occupavao servo de Deos, para divertir a pena de naõtrattar aquella gente. Quãdo o Senhor permittio,que quatro daquelles Gentios Beajùs, levados decuriosidade, viessem à nossa embarcaçaõ, &pedindo se disparasse alg[~u]a peça, como saõ desua naturesa muy pusillanimes, o mesmo foisentirem o estrondo, que retiraremse temerosos, &nesta vista lhes cobrou o Padre tanto amor, quecomeçou a idear o modo, [~q] teria para ficarnaquella terra.Dahi a poucos dias vieraõ nove, ou dez barcos dosmesmos Beajùs a commerciar com os Mouros, &naõ effeituando cousa alg[~u]a, h[~u] dos nossos,senaõ por superior impulso, ao menos porlisongear ao Padre, lhes foi persuadir que viessemà nossa embarcaçaõ, o que sem difficuldadefiseraõ, & entrando no barco, foraõ do Padre com
taes demonstrações de affecto recebidos, que nadespedida se mostràraõ muito satisfeitos, naõsendo pouca causa darlhes o servo de Deosalg[~u]as cousas, ainda que de pouca valia, comonaõ vistas naquellas partes, de alg[~u]aestimaçaõ. Depois destes vieraõ outros dous, osquaes se detiveraõ menos tempo, por virem comhum Mouro espia, & em quanto assistiraõ naembarcaçaõ, era notavel o respeito, com quetrattavaõ ao Padre quasi publicando-seagradecidos a quem com tanto extremo procuravaremediallos.A demonstraçaõ de affecto, que estesexperimentàraõ em o Padre, obrigou a outros tres,dos quaes hum delles assim pelo tratto, como pelapresença, mostrava ser pessoa de authoridade, aovirem ver; & como naõ vinhaõ acompanhados dealgum Mouro, julgàraõ expediente os nossosdarlhes a entender, como o Padre de remotissimasterras viera àquelle lugar sem outro algum intento,mais que a livrallos da cegueira, em que viviaõ, &ensinarlhes o que convinha a sua salvaçaõ: destasrasões se mostràraõ agradar, o que vendo o servode Deos, deu a cada hum seu Rosario, o qualrecebèraõ de joelhos com grande veneraçaõ, &ensinados a persignarse, o fiseraõ com tantafacilidade, que ficàraõ admirados os nossos, &muito mais contente o Padre, por ver quaõ facilseria àquelles Gentios abraçar as ceremonias denossa Santa Fè.2E7s.tdees  fMoraayõo , oes mp roo gqrueasl sdoisa  doas  ndoa vna aom isses aaõc hatàèr aoõs
desembaraçados para se partirem a Macâo, & foitão grande a carga de pimenta, & outros generos,que não a podendo levar toda a embarcação(ainda que era das mayores, [q'] frequentãoaquelles mares) deixàrão grande parte em terra,servindo a todos de grande admiração tantaganancia. Verdade he, que em todo o tempo quealli se detiverão, não cessou o servo de Deos deimplorar em o sacrificio da Missa com Ladainhas,& preces, o favor divino, em o bom successodaquella jornada (conhecendo, que delle pendiãomuito os augmentos da nova missaõ) & piamentese póde crer fossem ouvidos os seus rogos,concedendo tão prosperos successos atè a ultimahora de sua partida, a qual soi muy saudosa aoPadre, porque todo o seu empenho era assistirentre aquella gente, como repetidas veses pedioao Capitão, o que lhe não concedeo por temer daaleivosia daquelles barbaros, corresse algumperigo a sua vida, contentandoo com lheprometter, que na segunda monção o faria.Em a vigilia do glorioso Precursor chegàrão aMacâo, aonde logo o Padre se retirou à suaantigua penha, não se livrando cõ poucadifficuldade das grandes instancias, com que todosos Religiosos pedião escolhesse os seusConventos por domicilio: porque como reconheciãonelle h[~u]a vida muy exemplar, desejavão a suacompanhia. No retiro da penha gastava a noite emsantos exercicios, & o dia todo na Paroquia deS.Lourenço em o Confessionario.Chegada jà a monçaõ de Bornèo, partio a 18.de
Fevereiro de 1689.levando hum mancebo Chinaintellig[~e]te, & practico, a quem para este effeitodeu liberdade Luis Francisco Coutinho, & outrochamado Lourenço, de naçaõ Beajù, a quem pelomesmo respeito libertou Fructuoso Leyte, a 30.domesmo mez chegàraõ ao Porto de Banjàr.Rasaõ he, que agora que começa a trattar com osGentios desta Ilha o Padre D. Antonino, demosh[~u]a breve noticia de seus costumes: adoraõ ahum só Deos, que castiga os maos, & premea osbons, ao qual faz[~e] sacrificios de prefumes; naõtem algum Idolo, como as mais nações do Oriente:casaõse com h[~u]a só molher, a qual zelaõ emtanto extremo, que presumindo offensa, com amorte do offensor vingaõ o aggravo, do queprocede serem as molheres muy recolhidas, &recatadas; cõd[~e]naõ o furto, aborrecem amentira; vivem entre si com muita caridade, sendotodos os seus bens communs; mostraõse muygenerosos com aquelles, de que recebem algumbeneficio; saõ muito amigos de gloria, ainda quepela conseguir percaõ a vida. Estas saõ emsumma as informações, que se puderáõ ter desteGentilismo.Tornando pois a continuar a nossa relaçaõ,quando o Padre chegou a Banjàr, estavaõ emguerra os Mouros com os Beajùs, pelo que lhe eramuy difficultosa a communicaçaõ, & para facilitar otratto dos Beajùs, sem o saberem os Mouros,fretou hum lantim (embarcaçaõ commoda, &pequena) & logo desta resoluçaõ se vio o acerto,porque começàraõ a concorrer alguns Beajùs das
povoações visinhas, ou por curiosidade, ou porverem a seu payzano Lourenço.Aos 10.de Março deu principio a h[~u]a Novena aoglorioso Esposo da Virgem S. Joseph, Protector denossa sagrada Religiaõ, para o que o CapitaõManoel de Araujo Gracez em o mesmo lantimlevantou h[~u] Altar com a possivel decencia. Aosegundo dia da Novena veyo hum venerando velhocom h[~u]a filha sua, hum neto mancebo, & h[~u]amolher de mayor idade, para ver o servo de Deos,o qual os recebeo com carinhosas demonstraçõesde affecto, significandolhes, [~q] segundàraaquella jornada, só a fim de os livrar dos erros, emque foraõ criados, ensinãdolhe o unico meyo desua salvaçaõ, o que elles ouviraõ com tantoagrado, [~q] deraõ a entender seria recebido detodos cõ grãde estimaçaõ.Daqui em diante frequ[~e]tavaõ os Beajùs o lantim,os quaes logo começàraõ a acclamar ao servo deDeos por seu Tatùm, que na sua lingoa he omesmo que, Avo, titulo entre elles de sumaveneraçaõ, & respeito; & o tratavaõ com tantafamiliaridade, & carinho, que traziaõ a suapresença as suas molheres, filhos, & filhas,casadas, & donzellas (cousa que elles recataõ comgrande excesso) para lhe beijarem a maõ, & osanto habito, & o reconhecessem por seu Tatùm,ao qual tambem offereciaõ alguns limitadospresentes, que constavaõ de h[~u]a gallinha, ou dehum pouco de arroz, ou de alg[~u]as hervascheirosas, os quaes elle em o principìo regeitava,o que lhes causava grade desconsolaçaõ, no que
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