Resumo elementar de archeologia christã
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Informations

Publié par
Publié le 08 décembre 2010
Nombre de lectures 107
Langue Português

Extrait

The Project Gutenberg EBook of Resumo elementar de archeologia christã, by Joaquim Possidónio Narciso da Silva
This eBook is for the use of anyone anywhere at no cost and with almost no restrictions whatsoever. You may copy it, give it away or re-use it under the terms of the Project Gutenberg License included with this eBook or online at www.gutenberg.org
Title: Resumo elementar de archeologia christã
Author: Joaquim Possidónio Narciso da Silva
Release Date: January 29, 2008 [EBook #24455]
Language: Portuguese
Character set encoding: ISO-8859-1
*** START OF THIS PROJECT GUTENBERG EBOOK ARCHEOLOGIA CHRISTÃ ***
Produced by Rita Farinha and the Online Distributed Proofreading Team at http://www.pgdp.net (This file was produced from images generously made available by National Library of Portugal (Biblioteca Nacional de Portugal).)
RESUMO ELEMENTAR
DE
ARCHEOLOGIA CHRISTÃ
POR
POSSIDONIO DA SILVA
1887
Antigo edificio religioso de Santarem
LISBOAMuseu de Archeologia do Carmo
RESUMO ELEMENTAR
DE
ARCHEOLOGIA CHRISTÃ
POR
Possidonio da Silva
MEDALHACONFERIDAEM1869
LISBOA LALLEMANT FRÈRES, IMPRENSA 1887
Á
MEMORIA DE MEU PAE
Reinaldo José da Silva
TESTEMUNHO DE RESPEITO E GRATIDÃO
AO LEITOR
O Auctor
Inaugurando-se agora nos seminarios de algumas dioceses de Portugal cadeiras para o ensino de archeologia christã, estudo que ha muito era urgente crear-se no nosso paiz, proponho-me publicar os elementos principaes d'esta sciencia, afim de facilitar os estudos a quem desejar possuir esses conhecimentos indispensaveis para curar da conservação dos objectos do culto e evitar o ignorante modo de se restaurarem os edificios religiosos dos differentes estylos, que pertencem á nação; pois já é tempo de não se continuar a praticar nos edificios concertos mal pensados, que alteram o caracter respectivo da sua architectura, e causam tambem desdouro ao avaliar-se a nossa civilisação.
Ainda que não façamos um compendio completo, comtudo, talvez possa ser de algum auxilio para se divulgarem as instrucções principaes d'esta natureza afim de pôr cobro aos vandalismos que têem destruido tantas antiguidades e objectos preciosos do culto.
Muito embora não se consiga desde já o proficuo resultado d'este ensino, todavia ficará registado, no final do seculo XIX, o empenho que illustres Prelados têem tomado para obstar a serem illudidos os parochos nas substituições das alfaias, e para se opporem ás defeituosas restaurações dos monumentos religiosos do nosso paiz. Darei por bem empregada esta minha modesta publicação, se por ventura conseguir este empenho patriotico e artistico a que tenho constantemente dedicado a maior parte da minha existencia.
POSSIDONIODASILVA.
[1] INTRODUCÇÃO
Os monumentos historicos ou simplesmente artisticos são os marcos que assignalam os passos, mais ou menos firmes, vagarosos ou apressados, que os povos vão dando no caminho da civilisação. Porém não se pense que, relativamente a esses padrões, a cultura de uma nação deva ser avaliada sómente pela significação d'elles, por mais gloriosa que seja, ou por mais que se aprimorasse n'elles a arte, mas sim tambem pelo apreço e respeito com que essa nação vela pela sua conservação.
Sobreleva Portugal a todas as nações na alta significação dos seus monumentos, porque não commemoram unicamente façanhas militares e virtudes christãs e civicas, communs a outros povos. Não recordam só mil acções de valor, de coragem e de abnegação, praticadas na defensa da patria, ou para alargamento das suas fronteiras, oupara honra e lustre do seu nome.
Mas fallam tambem os nossos monumentos d'essas arrojadissimas emprezas de navegações e descobrimentos, com que os portuguezes abriram de par em par as portas á moderna civilisação, levando a luz do evangelho, atravez de mares ignotos, ás mais longinquas regiões do globo.
Quasi todas essas glorias, que doiram as paginas da nossa historia, foram memoradas por nossos maiores com a fundação de um templo, acanhado e singelo, ou grandioso e opulento, segundo o permittiam a rudeza dos tempos, ou a florescencia da nação, bem como o animo e posses dos fundadores.
As convulsões do sólo, a pouca illustração dos reedificadores, e modernamente a sanha brutal dos demolidores, têem destruido ou desfigurado muitas d'essas auctorisadas testemunhas dos tempos heroicos de Portugal. Este vandalismo, que nos degrada do gremio das nações cultas, não está, infelizmente, ainda de todo proscripto d'entre nós. Os poderes publicos ainda não prestam aos nossos monumentos toda a attenção e vigilante solicitude que, para a sua conservação, elles demandam, e a honra e bom nome do paiz com tanta justiça reclamam. E não basta que se attenda á conservação dos monumentos commemorativos dos grandes factos historicos, e ao mesmo tempo opulentos d'arte. Merecem o nosso apreço e cuidados todos os padrões que interessam, de qualquer maneira, aos annaes da nação e á historia da arte.
Não obstante os differentes elementos de destruição, que tem actuado entre nós, ainda existem de pé n'este reino não poucas egrejas anteriores á fundação da monarchia, ou contemporaneas do nosso primeiro rei, ou construidas sob o sceptro dos seus immediatos successores. São pequenos e de construcção mesquinha todos esses templos, tendo por feição principal a mesma simplicidade e pobreza, que distinguiam n'essa epocha o viver da nação. Todavia, embora o acanhamento das proporções, e a simplicidade da architectura corram parelhas com a pobreza das memorias historicas, todas essas egrejas são exemplares de subido valor para a historia da arte em Portugal, tanto mais quanto é tristemente certo, que os grandes templos, levantados nos
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principios da monarchia, têem sido mascarados e desfigurados, por occasião das reedificações, como aconteceu ao de Alcobaça, á Sé de Lisboa, e a outros, ou desappareceram, como o de Santa Cruz de Coimbra e o de S. Vicente de Fóra, em Lisboa, para em seu logar se edificarem outros mais vastos e mais sumptuosos.
Pois essas preciosas reliquias de tão remota antiguidade que têem resistido ao duro embate das tempestades no correr de tantos seculos, zombando até agora dos cataclysmos da natureza e dos furores do camartello, acham-se presentemente ameaçadas, pelo menos algumas d'ellas, de perderem, em reconstrucções dirigidas sem amor da arte, e sem respeito aos monumentos de remotas éras, as suas primitivas e venerandas feições.
E ao mesmo passo vão desapparecendo das velhas parochias sertanêjas as suas antigas alfaias, vendidas por uma bagatella, a titulo de alcançar meios para reparação do edificio, e os seus vasos sagrados dos seculos anteriores ao XVIII, de muita belleza e primôr artistico, a troco de outros de fabrica moderna, mais luzentes e vistosos, porém destituidos da formosura e elegancia das fórmas, e da delicadeza e perfeição do trabalho esculptural, que dão fóros universaes de preeminencia á ourivesaria, principalmente dos seculos XV e XVI.
Os compradores d'objectos d'arte e de industria, antigos, que vem a Lisboa todos os annos do estrangeiro, sobretudo de França e da Allemanha, percorrem as nossas provincias em todas as direcções; apparecem em todas as cidades, nas villas e nas proprias aldeias, tentando com dinheiro á vista os possuidores d'essas preciosidades, que não sabem aprecial-as, desconhecendo-lhes o valor.
É mister por honra do paiz, e por exigencia imperiosa dos interesses publicos, que se trate de pôr algum côbro, quando não possa obstar-se inteiramente, á assolação ou deformação d'aquelles monumentos da antiguidade, e a esta continua expropriação das nossas riquezas artisticas, documentos irrecusaveis do alto grau de florescencia nas artes, e por conseguinte de civilisação, que Portugal attingiu n'esse glorioso passado.
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Um dos meios inquestionavelmente mais adequado, seria oppôr a essa torrente devastadora a illustração e o zelo dos parochos, illustração e zelo provenientes de conhecimentos especiaes para saberem apreciar aquelles objectos, ricos d'arte e de memorias piedosas, que os estranhos nos cobiçam, e que os nacionaes malbaratam por ignorancia.
Se os parochos tivessem algumas noções de archeologia religiosa, não consentiriam, certamente, que as suas egrejas perdessem, com feições bastardas, o typo primitivo que as ennobrecia, nem haviam de tolerar, que fossem despojadas, por compra ou troca, dos seus vasos sagrados e alfaias antigas, que são nos templos verdadeiros brazões da sua nobreza, e testemunhas authenticas, eloquentes na sua propria mudez, do amor da religião dos nossos antepassados, que n'elles se casava com o amôr da patria. E não limitariam esses parochos a sua acção benefica, sem duvida, a salvaguardar as preciosidades artisticas das suas egrejas; mas não deixariam tambem, em casos identicos, de dispensarem aos parochianos os conselhos do seu saber e da sua experiencia.
Foram estas considerações retemperadas pelo affecto que todos devemos á terra, que nos serviu de berço, e ás Santas Crenças, que recebemos dos maiores, que moveram a Real Associação dos Architectos e Archeologos a elevar ao esclarecido juizo dos Prelados Portuguezes o pedido de instituirem nos seus respectivos seminarios uma cadeira de archeologia religiosa.
É uma sciencia muito complexa a archeologia, não ha duvida, pois que cada uma das partes, que a compõem, e que se subdividem, a seu turno, em outras partes de materia amplissima para o estudo, constitue um ramo importante dos conhecimentos humanos, que demanda muita applicação para ser bem sabido.
Porém, no que diz respeito á archeologia religiosa é um estudo muito limitado, facil e agradavel, e que póde restringir-se, querendo abrevial-o, estabelecendo o ponto de partida da invasão dos povos septemtrionaes e destruição do imperio romano; ou dos tempos mais proximos da fundação da monarchia portugueza. Oque é mister éque se dê nos seminarios aos
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futuros parochos a instrucção precisa para que conheçam os differentes estylos architectonicos, empregados nos templos do christianismo; a epocha da sua introducção em Portugal, e as modificações, que tiveram aqui, determinadas pelo estado da nossa civilisação e pelos habitos e costumes da sociedade. É indispensavel, tambem ministrar-lhes eguaes conhecimentos em relação á ourivesaria religiosa, e ás mais artes liberaes e mechanicas, que, no correr da éra christã, têem concorrido com os seus productos para o serviço dos altares, e para a ornamentação das egrejas.
Os parochos assim instruidos não deixarão de apreciar devidamente, e de velar com verdadeiro zelo pela conservação dos edificios e dos objectos concernentes ao culto, venerandos pelas tradições religiosas e pela consagração dos seculos, e dignos de grande estima pelo seu valor artistico ou archeologico.
IGNACIODEVILHENABARBOSA.
Resumo elementar de archeologia christã
CAPITULO I
Principios da arte christã no Occidente
PRIMEIRO PERIODO
CAPITULO II
Summario.Descripcão das RomaPrincipios artisticos e
catacumbas classificações
de das
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pinturas das catacumbasSymbolos ou allegorias dos primitivos christãosRepresentação de Jesus Christo e de Nossa SenhoraImagens dos SantosMonogramma de ChristoLampadasSarcophagos christãosVasos de sangueMonumentos christãos fóra das catacumbasEdificios religiosos construidos nos tres primeiros seculosdoCemiterios á superficie soloAlfaias e instrumentos do culto.
Os mais numerosos monumentos christãos que se offerecem para o estudo da archeologia christã são os cemiterios subterraneos da cidade de Roma. Os christãos continuaram a escavar nas antigas pedreiras da cidade novas catacumbas depois do reinado de Constantino, e durante os quatro ou cinco seculos seguintes, transformaram as catacumbas em logares de peregrinação. Fizeram-se restaurações e embellezamentos n'estes sanctuarios até ao fim do seculo VIII.
As catacumbas eram destinadas a tres fins: o primeiro e principal era servirem de cemiterio aos christãos. Os tumulos ficavam dispostos nas paredes uns por cima dos outros formando fileiras de tres a doze. Os corpos eram collocados em nichos oblongos, fechados por tampas de marmore, ou por tijolos ordinariamente em numero de tres, ajustados perfeitamente com cal.
N'estas galerias veem terminar em muitos sitios camaras sepulchraes. São especies de covas funerarias, no fundo das quaes se encontra muitas vezes, debaixo de uma abobada, um tumulo encerrando os restos mortaes de algum martyr illustre. Estes tumulos serviam de altar no dia anniversario do martyr, em que os christãos vinham fazer as suas orações.
A fórma dos sepulchros era variadissima: ha-os circulares, semi-circulares, octogonaes, hexagonaes e pentagonaes; comtudo a maior parte são quadrados.
O segundo fim a que destinavam as catacumbas era servirem de logar de reunião para ahi celebrar as ceremonias do culto. Foi para fazerem as suas assembléas religiosas que os primitivos christãos construiram, nos seus cemiterios subterraneos, oratorios, compostos a
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maior parte das vezes de dois ou tres sepulchros contiguos, e que se designam pelo nome de basilicas das catacumbas.
O terceiro fim das catacumbas era tambem servirem de retiro ao Pontifice, ao clero e aos fieis no tempo da perseguição.
A historia das catacumbas póde dividir-se em tres periodos principaes: o periodo da formação, o periodo da restauração e de visitas piedosas, e o periodo de explorações scientificas.
O primeiro periodo abraça os quatro primeiros seculos. No decurso do seculo IV viu-se diminuirem as sepulturas subterraneas pelo augmento dos tumulos á superficie do solo. Depois do anno 410 não se encontram sepulturas nas catacumbas.
O segundo periodo estende-se desde os primitivos annos do seculo V até ao principio do seculo IX.
Chamam-se cryptas historicas as camaras sepulchraes em que repousavam os restos de martyres illustres.
O ultimo periodo, de explorações scientificas, data do anno de 1578.
No mez de maio de 1578, uns trabalhadores que se occupavam em extrahir pozzolana n'uma vinha, a duas milhas da cidade de Roma, descobriram uma abertura que dava para um cemiterio christão decorado de pinturas, de sarcophagos e de inscripcões.
Estas pinturas pertencem a epochas differentes, e algumas ao primeiro seculo da nossa éra. As do seculo II são mais numerosas, porém as do seculo III são ainda em muito maior numero.
A maior parte das decorações das paredes das catacumbas foram executadas a fresco, sendo feitas algumas com mosaicos em limitado numero.
Os antigos artistas contentavam-se em traçar a silhuêta dos personagens e dos objectos, enchiam em seguida o espaço comprehendido entre os contornos por côres lisas ou illuminuras, e indicavam convencionalmente as rugas dos
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fatos com traços cheios e as saliencias com traços finos. Faziam o contrario do que se praticava desde o seculo VI, desprezando, na representação dos assumptos, os accessorios.
As pinturas dos tumulos, em fórma d'arco, a p p a r e c e m sobre um fundo ornado,um assumpto com muitas figuras traçadas dentro de molduras de fórma quadrada ou semicircular.
Os ornatos são na maior parte imitações de objectos usuaes, açafates com fructos ou grinaldas de flores, sendo imitado este genero de decoração de pintura da arte pagã.
Nas catacumbas representava-se ordinariamente Jesus Christo debaixo da fórma do Bom Pastor.
As imagens do Redemptor não se encontravam isoladas, apresentando todos os caracteres das pinturas posteriores a muitos seculos á conversão de Constantino.
A Santa Virgem é figurada nas pinturas das catacumbas sobre os vidros dourados e os sarcophagos dos seculos primitivos, estando sentada, com o Menino Jesus ao collo.
A adoração dos Magos recordava aos fieis tres dogmas: a vocação dos infieis, a Divindade de Nosso Senhor, e a Maternidade Divina.
Os primitivos christãos representavam tambem a Virgem com ou sem o Filho, debaixo da forma d'umaorante, isto é, em pé e levantando os braços n'uma attitude de supplica. Muitas imagens são anteriores ao seculo IV.
Jesus Christo multiplicando os pães: figura a Santa Eucharistia, como sendo alimento das almas.
O Salvador é representado em geral debaixo da figura d'um mancebo imberbe vestido com manto e tunica ornada com duas bandas de purpura.
O paralytico curadoé representado no momento em que, deixando a piscina, leva a sua cama ás costas. Está vestido com uma tunica e cinta e uma especie de ceroulas.
Jesus resuscitando Lazaro: é representado Lazaro debaixo da fórma d'uma pequena mumia
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