VAMOS FALAR CABOVERDIANO LINGUA E CULTURA
315 pages
Français

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VAMOS FALAR CABOVERDIANO LINGUA E CULTURA , livre ebook

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Description

O caboverdiano, ou crioulo de Cabo Verde, é a língua materna da cantora Cesária Évora e de mais de um milhão de pessoas espalhadas pelo mundo, mais de cem mil das quais são residentes em Portugal. Esta obra, a primeira no género em língua portuguesa, mediante um conjunto de vinte e três lições de dificuldade crescente, proporciona acesso facilitado e metódico à língua caboverdiana e à cultura que nela se inscreve.ŠŠ

Sujets

Informations

Publié par
Date de parution 01 juillet 2010
Nombre de lectures 491
EAN13 9782296433038
Langue Français
Poids de l'ouvrage 2 Mo

Informations légales : prix de location à la page 0,1250€. Cette information est donnée uniquement à titre indicatif conformément à la législation en vigueur.

Extrait

VAMOS FALAR CABOVERDIANO

língua e cultura
FUNDAÇÃO
CALOUSTE
GULBENKIAN


Esta obra foi patrocinada pela
Fundação Calouste Gulbenkian .


Ficha técnica
Título : Vamos falar caboverdiano, língua e cultura
Autor : Nicolas Quint
Versão portuguesa : Mafalda Mendes
Título original : Parlons capverdien, langue et culture
Consultor para a língua caboverdiana : Aires Semedo


© L’Harmattan, 2010
ISBN : 978-2-296-10360-3
EAN : 9782296103603

Fabrication numérique : Socprest, 2012
Nicolas Quint


VAMOS FALAR
CABOVERDIANO

língua e cultura

Adaptação para o português
Mafalda Mendes


L’Harmattan
OBRAS DE NICOLAS QUINT SOBRE A LÍNGUA CABOVERDIANA


Em português (ou bilingue com versão portuguesa) :
Dicionário de Caboverdiano-Português , Lisboa, Verbalis, 1998 (CD-rom/ papel).
[com Mafalda Mendes, Fátima Ragageles & Aires Semedo], Dicionário Prático Caboverdiano-Português , Lisboa, Verbalis, 2002.
L’ élément africain dans la langue capverdienne/ Africanismos na língua caboverdiana , Paris, L’Harmattan, 2008.
O Caboverdiano de Bolso , Chennevières-sur-Mame, Assimil, 2009.


Em francês:
Lexique créole de Santiago - français , Praia/ Paris, Edição de autor 1996.
Dictionnaire français - cap-verdien , Paris, L’Harmattan, 1997.
Dictionnaire cap-verdien - français , Paris, L’Harmattan, 1999.
Grammaire de la langue cap-verdienne , Paris, L’Harmattan, 2000.
Le capverdien : origines et devenir d’une langue métisse , Paris, L’Harmattan, 2000.
Parlons capverdien, langue et culture , Paris, L’Harmattan, 2003 (livro + CD).
Le créole capverdien de poche , Chennevières-sur-Mame, Assimil, 2005.


Em alemão:
Kapverdisch (Kiriolu) Wort für Wort , Bielefeld, Éditions Reise Know-How, 2.007, 192 p.


Traduções:
Semedo Aires (traduzido por Nicolas Quint), Lobu ku Xibinhu ku Nhordés/ Compère loup, Compère lièvre et le Bon Dieu , Paris, L’Harmattan, 2005 (livro + CD).
Semedo Aires (traduzido por Nicolas Quint), Lobu, Xibinhu ku Nha Tiâ Gánga/ Le loup, le lièvre et la sorcière Tia Ganga , Paris, L’Harmattan, 2005 (livro + CD).
Semedo Aires (traduzido por Nicolas Quint e Fátima Ragageles), Gó ki pórka dja torsi rábu/ Le cochon qui tord la queue/ Agora é que a porca torce o rabo , Paris, L’Harmattan, 2007 (livro + CD).


Aux soirs de grande sécheresse sur la terre,
lorsque les hommes en voyage disputent des choses de l’esprit
adossés à de très grandes jarres,
j’ai entendu parler de toi de ce côté du monde.
Saint-John Perse, La gloire des Rois.


Nas noites de grande seca sobre a terra,
quando os homens em viagem discutiam as coisas do espírito
recostados em cântaros enormes
ouvi falar de ti desse lado do mundo.
Saint-John Perse, La gloire des Rois.


A Paul Teyssier, meu mestre e amigo, que nos deixou há já quase nove anos. Ele amava o português e o crioulo, mas acima de tudo amava o saber e a ciência, que serviu com rigor, honestidade e humanidade. Tenho a ousadia de acreditar que esta obra lhe teria agradado.
Agradecimentos
Agradeço a todos os que me ajudaram a elaborar este manual. Muito em particular a :
- Fundação Calouste Gulbenkian, que apoiou a tradução e subsequente publicação da versão portuguesa do meu livro;
- Mafalda Mendes, minha colaboradora e amiga, que sempre me incentivou a prosseguir na minha investigação sobre o crioulo de Cabo Verde e que se encarregou da versão portuguesa deste manual;
- Aires Semedo, meu colaborador e amigo, que releu todo o texto caboverdiano e de cuja competência em caboverdiano, sua língua materna, a revisão final da obra beneficiou;
- François Post das edições Africa Nostra, que muito amavelmente autorizou a reprodução dos textos das canções Sodade e Petit Pays nas duas versões do livro : a francesa e agora a portuguesa;
- Martine Vanhove e Pierre Nougayrol, que sabiamente me aconselharam na redacção do texto original em francês;
- Jeanne Zemer e Danielle Bonardelle, que compuseram a capa da versão portuguesa deste livro;
- Guillaume Segerer, que produziu os mapas incluídos na obra;
- Henry Toumeux pela sua ajuda bibliográfica;
- Mic Dax, pelas suas preciosas referências discográficas.
- Christian Chanard, Jeanne Zemer e Benoît Legouy, sempre prontos a me socorrer quando o meu computador não se comportava com a docilidade desejada;
- Gmpo de estudantes de espanhol da Universidade de Caen que frequentou assiduamente a disciplina opcional de Língua Caboverdiana, no ano lectivo de 1998-1999, e experimentou as dez primeiras lições deste manual. As suas observações e comentários contribuíram significativamente para o aperfeiçoamento deste livro.
***
Este trabalho beneficiou também do apoio e encorajamento de :
- Mari Paz e Élise-Marie, como de toda a minha família ;
- Adérito Semedo, que foi o meu primeiro professor de crioulo ;
- Gaby, o amigo que, nos momentos em que a saudade das ilhas era mais premente, sempre me acolheu no seu ambiente crioulo ;
- Todos os caboverdianos que há mais de quinze anos me recebem nas suas casas, especialmente aqueles que permanecem nas ilhas e que revejo com alegria cada vez que regresso ao seu país. Uma menção especial para a Mimita e a sua família.

***
Quanto aos erros e às imperfeições que inevitavelmente persistirão nesta obra, desde já agradeço aos meus leitores que deles me dêem notícia. Desse modo poderão contribuir para o aperfeiçoamento de uma eventual segunda edição.
INTRODUÇÃO À VERSÃO PORTUGUESA
PORQUÊ UM MANUAL DE APRENDIZAGEM DE CABOVERDIANO PARA LUSÓFONOS ?
Algumas pessoas talvez se surpreendam ao ver aparecer este primeiro manual de aprendizagem de caboverdiano como língua estrangeira destinado ao público lusófono. Com efeito, desde que entrou para a história, Cabo Verde foi e continua a ser um país de língua oficial portuguesa. A língua que se aprende na escola em Cabo Verde é o português, os grandes autores caboverdianos escrevem a maior parte da sua obra na língua de Camões, que dominam com mestria.
Se bem que Cabo Verde pertença à comunidade lusófona, os caboverdianos dispõem também de uma língua própria, o caboverdiano ou crioulo de Cabo Verde. Os documentos administrativos, os livros e os media expressam-se em português. Mas os caboverdianos, em família, na rua ou no local de trabalho, falam, amam, choram, gritam, cantam, divertem-se e pensam em caboverdiano. A grande maioria dos caboverdianos está ligada ao português, mas na intimidade fala crioulo, a maior e a mais nobre criação de todos os tempos do Povo Caboverdiano , nas palavras de António Manuel Mascarenhas Monteiro, ex-presidente da república de Cabo Verde.
De modo geral, é possível comunicar em Cabo Verde usando o português, mas só com o crioulo se toma possível compreender verdadeiramente a alma dos ilhéus. Este manual propõe-se abrir-lhe as portas para a língua caboverdiana moderna, tal como é falada hoje por cerca de um milhão de pessoas, das quais 500.000 vivem nas ilhas de Cabo Verde e mais de 100.000 na região de Lisboa, onde a população caboverdiana quase iguala a população da Praia, capital de Cabo Verde.
Este manual é também como uma mão estendida, uma ponte entre Cabo Verde e a lusofonia. O charme e a riqueza de Cabo Verde residem em grande parte nessa dupla identidade, lusófona e crioula – essa dimensão crioula do arquipélago tantas vezes menosprezada, ou mesmo desprezada pelos restantes lusófonos. Para muita gente, ainda nos nossos dias, o crioulo não passa de um português mal falado, um dialecto lusitano em que os verbos não são conjugados. No entanto, a realidade não é bem essa, e falar bem crioulo não é fácil. O caboverdiano, tal como o povo que o engendrou, teve uma génese mestiça, do português ficou a maior parte do material lexical, das línguas africanas alguns princípios de organização gramatical. Falar crioulo com os seus amigos caboverdianos é uma demonstração de respeito pela sua língua e pela sua cultura, semelhante ao respeito por eles demonstrado quando falam consigo em português, não sendo esta a sua língua materna. As relações entre os países são, afinal, como as relações entre pessoas : a amizade duradoira e verdadeira pressupõe reciprocidade, a todos os níveis, muito particularmente no que to

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