Dom Quixote de La Mancha
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Dom Quixote de La Mancha , livre ebook

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Description

Dom Quixote de La Mancha é um livro escrito pelo espanhol Miguel de Cervantes (1547-1616). O livro surgiu em um período de grande inovação e diversidade por parte dos escritores ficcionistas espanhóis. Parodiou os romances de cavalaria que gozaram de imensa popularidade no período e, na altura, já se encontravam em declínio. Nesta obra, a paródia apresenta uma forma invulgar. O protagonista, já de certa idade, entrega-se à leitura desses romances, perde o juízo, acredita que tenham sido historicamente verdadeiros e decide tornar-se um cavaleiro andante. Por isso, parte pelo mundo e vive o seu próprio romance de cavalaria. Enquanto narra os feitos do Cavaleiro da Triste Figura, Cervantes satiriza os preceitos que regiam as histórias fantasiosas daqueles heróis.

Sujets

Informations

Publié par
Date de parution 11 novembre 2017
Nombre de lectures 1
EAN13 9789897781087
Langue Português

Informations légales : prix de location à la page 0,0007€. Cette information est donnée uniquement à titre indicatif conformément à la législation en vigueur.

Extrait

Miguel de Cervantes Saavedra
DOM QUIXOTE DE LA MANCHA
 
 
 
Í ndice
 
 
 
Prólogo
Parte 1
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Parte 2
Dedicatória ao Conde de Lemos
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Capítulo 68
Capítulo 69
Capítulo 70
Capítulo 71
Capítulo 72
Capítulo 73
Capítulo 74
 
 
Pr ó logo
 
 
 
Desocupado Leitor: N ã o preciso de prestar aqui um juramento para que creias que com toda a minha vontade quisera que este livro, como filho do entendimento, fosse o mais formoso, o mais galhardo, e discreto que se pudesse imaginar: por é m n ã o esteve na minha m ã o contravir à ordem da natureza, na qual cada coisa gera outra que lhe seja semelhante; que podia portanto o meu engenho, est é ril e mal cultivado, produzir neste mundo, sen ã o a hist ó ria de um filho magro, seco e enrugado, caprichoso e cheio de pensamentos v á rios, e nunca imaginados de outra alguma pessoa? Bem como quem foi gerado em um c á rcere onde toda a incomodidade tem seu assento, e onde todo o triste ru í do faz a sua habita çã o! O descanso, o lugar apraz í vel, a amenidade dos campos, a serenidade dos c é us, o murmurar das fontes, e a tranquilidade do esp í rito entram sempre em grande parte, quando as musas est é reis se mostram fecundas, e oferecem ao mundo partos, que o enchem de admira çã o e de contentamento.
Acontece muitas vezes ter um pai um filho feio e extremamente desengra ç ado, mas o amor paternal lhe p õ e uma peneira nos olhos para que n ã o veja estas enormidades, antes as julga como discri çõ es e lindezas, e est á sempre a cont á -las aos seus amigos, como agudezas e donaires.
Por é m eu, que, ainda que pare ç o pai, n ã o sou contudo sen ã o padrasto de D. Quixote , n ã o quero deixar-me ir com a corrente do uso, nem pedir-te, quase com as l á grimas nos olhos, como por a í fazem muitos, que tu, leitor car í ssimo, me perdoes ou desculpes as faltas que encontrares e descobrires neste meu filho; e porque n ã o é s seu parente nem seu amigo, e tens a tua alma no teu corpo, e a tua liberdade de julgar muito à larga e a teu gosto, e est á s em tua casa, onde é s senhor dela como el-rei das suas alcavalas, e sabes o que comumente se diz que debaixo do meu manto ao rei mato (o que tudo te isenta de todo o respeito e obriga çã o) podes do mesmo modo dizer desta hist ó ria tudo quanto te lembrar sem teres medo de que te caluniem pelo mal, nem te premeiem pelo bem que dela disseres.
O que eu somente muito desejava era dar-ta mondada e despida, sem os ornatos de pr ó logo nem do inumer á vel cat á logo dos costumados sonetos, epigramas, e elogios, que no princ í pio dos livros por a í é uso p ô r-se; pois n ã o tenho rem é dio sen ã o dizer-te que, apesar de me haver custado algum trabalho a composi çã o desta hist ó ria, foi contudo o maior de todos fazer esta prefa çã o, que vais agora lendo.
Muitas vezes peguei na pena para escrev ê -la, e muitas a tornei a largar por n ã o saber o que escreveria; e estando em uma das ditas vezes suspenso, com o papel diante de mim, a pena engastada na orelha, o cotovelo sobre a banca, e a m ã o debaixo do queixo, pensando no que diria, entrou por acaso um meu amigo, homem bem entendido, e espirituoso, o qual, vendo-me t ã o imaginativo, me perguntou a causa, e eu, n ã o lha encobrindo, lhe disse que estava pensando no pr ó logo que havia de fazer para a hist ó ria do D. Quixote , e que me via t ã o atrapalhado e aflito com este empenho, que nem queria fazer tal pr ó logo, nem dar à luz as fa ç anhas de um t ã o nobre cavaleiro: Porque como quereis v ó s que me n ã o encha de confus ã o o antigo legislador, chamado Vulgo, quando ele vir que no cabo de tantos anos, como h á que durmo no sil ê ncio do esquecimento, me saio agora, tendo j á t ã o grande carga de anos à s costas, com uma legenda seca como as palhas, falta de inven çã o, minguada de estilo, pobre de conceitos, e alheia a toda a erudi çã o e doutrina, sem notas à s margens, nem coment á rios no fim do livro, como vejo que est ã o por a í muitos outros livros (ainda que sejam fabulosos e profanos) t ã o cheios de senten ç as de Arist ó teles, de Plat ã o, e de toda a caterva de fil ó sofos que levam a admira çã o ao â nimo dos leitores, e fazem que estes julguem os autores dos tais livros como homens lidos, eruditos, e eloquentes? Pois que, quando citam a Divina Escritura, se dir á que s ã o uns Santos Tomases, e outros doutores da Igreja, guardando nisto um decoro t ã o engenhoso, que em uma linha pintam um namorado distra í do, e em outra fazem um serm ã ozinho t ã o crist ã o, que é mesmo um regalo l ê -lo ou ouvi-lo.
De tudo isto h á de carecer o meu livro, porque nem tenho que notar nele à margem, nem que comentar no fim, e ainda menos sei os autores que sigo nele para p ô -los em um cat á logo pelas letras do alfabeto, como se usa, come ç ando em Arist ó teles, e acabando em Xenofonte, em Zoilo ou em Zeuxis, ainda que foi maldizente um destes e pintor o outro.
Tamb é m h á de o meu livro carecer de sonetos no princ í pio, pelo menos de sonetos cujos autores sejam duques, marqueses, condes, bispos, damas, ou poetas celeb é rrimos, bem que se eu os pedisse a dois ou tr ê s amigos meus que entendem da mat é ria, sei que mos dariam tais, que n ã o os igualassem os daqueles que t ê m mais nome na nossa Espanha. Enfim, meu bom e querido amigo, continuei eu, tenho assentado comigo em que o senhor D. Quixote continue a jazer sepultado nos arquivos da Mancha at é que o c é u lhe depare pessoa competente que o adorne de todas estas coisas que lhe faltam, porque eu me sinto incapaz de remedi á -las em raz ã o das minhas poucas letras e natural insufici ê ncia, e, ainda de mais a mais, porque sou muito pregui ç oso e custa-me muito a andar procurando autores que me digam aquilo que eu muito bem me sei dizer sem eles. Daqui nasce o embara ç o e suspens ã o em que me achastes submerso: bastante causa me parece ser esta que tendes ouvido para produzir em mim os efeitos que presenciais.
Quando o meu amigo acabou de ouvir tudo o que eu lhe disse, deu uma grande palmada na testa, e em seguida, depois de uma longa e estrondosa gargalhada, me respondeu:
“ Por Deus, meu amigo, que ainda agora acabo de sair de um engano em que tenho estado desde todo o muito tempo

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