Persuasão
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Persuasão , livre ebook

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Description

Anne Elliot, a heroína de "Persuasão", é uma nem tão jovem solteira que, seguindo os conselhos de uma amiga, dispensara, sete anos atrás, o belo e valoroso (porém sem título nobiliárquico e sem terras) Frederick Wentworth. No entanto, o futuro sentimental e financeiro de Anne não é muito promissor, e quando o destino a coloca frente a frente com Frederick, agora um distinto capitão da Marinha britânica, reflexões, conjunturas e arrependimentos são inevitáveis. Com toda graça, humor, leveza, ironia e ousadia de estilo de suas obras mais conhecidas, "Persuasão" é uma bela despedida daquela que pintou a vida e as agruras femininas em uma sociedade patriarcal como nunca antes e nunca depois.

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Informations

Publié par
Date de parution 18 avril 2024
Nombre de lectures 0
EAN13 9789895620227
Langue Português

Informations légales : prix de location à la page 0,0400€. Cette information est donnée uniquement à titre indicatif conformément à la législation en vigueur.

Extrait

Jane Austen
PERSUAS Ã O
t í tulo original | persuasion
autor | jane austen
tradu çã o | leyguarda ferreira
capa | mim é tica
imagem da capa | v á clav brozik: estudo de perfil (1901)
pagina çã o | mim é tica
copyright | 2019 © mim é tica para a presente tradu çã o
 
esta edi çã o respeita o novo acordo ortogr á fico da l í ngua portuguesa
Í ndice
 
 
 
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
 
Capítulo 1
 
 
 
Sir Walter Elliot, de Kellynch, condado de Somersetschire, raramente pegava num livro e nem t ã o pouco apreciava a leitura como passatempo.
Para um ú nico volume abria exce çã o. Esse era, para ele, como brevi á rio sagrado, onde encontrava distra çã o para as horas de ó cio, lenitivo para os pesares que o atormentavam.
Ao folhear o livro de genealogia da fam í lia, todas as suas faculdades se agu ç avam e o seu respeito e admira çã o subiam ao m á ximo quando verificava a remota origem da sua ascend ê ncia. Esquecia tudo nesses momentos. Desgostos, atribula çõ es e preocupa çõ es dom é sticas ficavam postas de lado com desprezo e indiferen ç a.
Se outro qualquer livro era incapaz de lhe prender a aten çã o, nesse dia podia seguir a hist ó ria da sua fam í lia, passo a passo, com interesse nunca desmentido, especialmente nesta p á gina em que se conservava sempre aberto:
 
ELLIOT DE KELLYNCH HALL
 
Walter Elliot, nascido em 1 de maio de 1760, casou em 15 de julho de 1784, com Elisabeth, filha de James Stevenson, de South Park, no condado de Gloucester, que faleceu em 1800. Deste casamento nasceram: Elisabeth, em 1 de junho de 1785; Anne, em 9 de agosto de 1787; um nado-morto, em 5 de novembro de 1789; Mary, em 20 de novembro de 1791.
 
Eis, textualmente, o par á grafo do manuscrito. Sir Walter Elliot, por é m, aperfei ç oou-o, acrescentando, depois da data do nascimento de Mary, estas palavras, que, mais tarde, serviram para elucida çã o dos seus descendentes:
 
Casou em 16 de dezembro de 1810, com Charles, filho e herdeiro de Charles Musgrove, de Uppercross, do condado de Somerset.
 
Al é m disso, mencionara tamb é m, com pormenores, tudo o que dizia respeito ao falecimento da mulher.
Depois, seguia-se a hist ó ria da progressiva ascens ã o da antiga e respeit á vel fam í lia: a instala çã o em Cheshire; refer ê ncias ao alto cargo do magistrado em Dugdale, à representa çã o de uma cidade em tr ê s parlamentos sucessivos; ao desempenho de fun çõ es inerentes à sua dignidade de baronete, concedida nos princ í pios do reinado de Carlos II; todas as Marias e Isab é is com quem tinham casado os Elliot.
Esta hist ó ria, incluindo a descri çã o dos bras õ es e divisas, ocupava duas p á ginas do livro de genealogia, decerto as p á ginas mais valiosas para Sir Walter, que, como remate, acrescentara ainda:
 
Herdeiro presuntivo: William Walter Elliot, bisneto do 2. º Sir Walter.
 
A vaidade constitu í a a base e a ess ê ncia do car á cter de Sir Walter; vaidade n ã o s ó pela posi çã o que ocupava, como pela sua pr ó pria pessoa.
Em novo, fora elegante, o que se chama um bonito rapaz, e, aos 54 anos, podia considerar-se ainda atraente e simp á tico. Muitas mulheres o julgariam mais novo do que realmente era e os seus criados honravam-se com o lugar e n ã o o trocariam pelo de criado de qualquer lorde mais novo ou mais rico. Assim, Sir Walter considerava-se feliz, pois, al é m do seu belo aspeto, possu í a ainda a fidalguia, os dois ú nicos bens que, a seu ver, eram dignos de considera çã o.
Como n ã o podia deixar de ser, quando pensou em casar, a escolha de Sir Walter recaiu numa senhora que, em tudo, se mostrava digna dos seus dotes f í sicos e da sua alta posi çã o.
Lady Elliot era simp á tica e af á vel e os seus sentimentos e conduta — se lhe perdoarmos a vaidade e ambi çã o pr ó pria dos verdes anos e que a levaram a desposar Sir Elliot — nunca mereceram qualquer censura ou reparo.
De g é nio agrad á vel, conciliador, procurou sempre atenuar os seus defeitos, adquirindo, portanto, verdadeira aur é ola de respeitabilidade.
Ainda que n ã o tivesse sido muito feliz, o amor dos filhos e as verdadeiras amizades que a rodearam fizeram-lhe apreciar a vida e foi com pesar que a abandonou.
Como precioso legado, deixou Lady Elliot a seu marido tr ê s mo ç as — a mais velha das quais tinha dezasseis anos — mas que era ao mesmo tempo pesado encargo, em especial para um pai cheio de preconceitos e de ideias acanhadas.
Por felicidade, a excelente lady tinha uma amiga, cuja dedica çã o n ã o recuara perante a perspetiva de se encerrar com ela na aldeia de Kellynch. E, assim, ao morrer, Lady Elliot confiou as filhas a essa afei çã o segura, certa de que a amiga saberia educ á -las nos bons princ í pios que sempre sonhara dar-lhes.
Contrariamente ao que seria de esperar, dada a conviv ê ncia e amizade existentes, esta senhora e Sir Walter nunca pensaram em casar. Treze anos haviam decorrido sobre a morte de Lady Elliot e eles continuavam sendo apenas bons amigos e ambos vi ú vos.
Lady Russell, de car á cter firme e sensato, nem sequer pensava num segundo casamento, n ã o esquecendo que a opini ã o p ú blica é mais ben é vola para a mulher que se conserva vi ú va do que para aquela que volta a casar.
Entretanto, Sir Walter, como bom pai — embora tivesse sofrido algumas desilus õ es f ú teis — sentia-se orgulhoso com as filhas, que tinham vindo acrescentar novo brilho à sua ra ç a.
Para uma delas — Elisabeth, a mais velha — mostrou-se at é mais ben é volo do que era h á bito seu, deixando-a, aos dezasseis anos, substituir a m ã e dentro das suas possibilidades, e ficar, consequentemente, a verdadeira castel ã de Kellynch Hall.
Se acrescentarmos que Elisabeth se tornou numa mo ç a elegante, bonita e muito parecida com ele, n ã o é para admirar que a sua influ ê ncia no â nimo do pai crescesse dia a dia.
As outras duas foram, ent ã o, relegadas para segundo plano. Mary ainda adquiriu certa import â ncia quando casou com Charles Musgrove, mas Anne, cuja intelig ê ncia e docilidade de car á cter a tornariam apreciada em qualquer outro ambiente mais compreensivo, em sua casa nada valia. O pai e a irm ã n ã o lhe pediam opini õ es, ningu é m a consultava, enfim, consideravam-na verdadeiramente in ú til.
Em compensa çã o, era a preferida de Lady Russell, sua madrinha. Anne soubera despertar-lhe a fibra maternal, que existe em todo o cora çã o de mulher, e, assim, tomou-lhe verdadeira afei çã o.
Havia ainda um motivo que explicava — sem a justificar — a exce çã o aberta por Sir Walter contra Anne. Esta, em mo ç a, fora engra ç ada e mesmo bonita, mas, em poucos anos, perdera essa relativa beleza e o pai n ã o encontrava na filha mais nova coisa alguma que lhe afagasse a vaidade. As fei çõ es finas e as negras pupilas de Anne n ã o bastavam ao orgulho de Sir Walter Elliot...
Em Elisabeth se fundavam todas as suas esperan ç as. Mary entrara numa das mais abastadas e respeit á veis fam í lias do condado. Mesmo assim, Elliot considerava que, com esse casamento, dera maior honra do que recebera, e aspirava, para Elisabeth, casamento de muito maior brilhantismo.
Sucede muitas vezes que, ao chegar perto dos trinta anos, uma mulher se torna mais interessante do que fora aos vinte. E se n ã o for doente nem tiver mau car á cter pode considerar-se essa a melhor é poca da vida. Elisabeth, para mais, era t ã o bela aos vinte e nove como fora aos treze e, portanto, o pai tinha certa desculpa quando, esquecendo a idade da filha e considerando-a como a ú nica flor, desabrochando entre ru í nas, a favorecia com a sua prote çã o.
S ó ela, na fam í lia, lhe dava alegria. A pouca beleza de Anne, a insignific â ncia de Mary e o r á pido envelhecer de Lady Russel, tudo isto era para Sir Elliot constante motivo de desgosto.
Quanto a Elisabeth, estava longe de perfilhar as opini õ es do pai a seu respeito. Nesses ú ltimos treze anos tudo dirigira em Kellynch Hall, como senhora absoluta, e com decis ã o e energia, muito para admirar na sua idade, no decurso destes anos presidira a festas, frequentara os sal õ es da vizinhan ç a, dan ç ara nos bailes que, em meio t ã o pacato, raramente se realizavam. Todo

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