Tutorial-Combinacao de logicas
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Combinac¸a˜o de L´ ogicas(Tutorial)Primeira Mini-Escola de L´ogicaPUC–Rio, Setembro de 2005Marcelo E. ConiglioDepartamento de FilosofiaeCentro de Logic´ a, Epistemologia e Hist´oria da Ciˆencia (CLE)Universidade Estadual de CampinasCampinas, SP, Brazilconiglio@cle.unicamp.brResumoO objetivo deste tutorial ´e introducir as no¸c˜oes b´asicas de composi¸c˜aoe decomposi¸c˜ao de l´ogicas, assim como analisar algumas t´ecnicas intro-duzidas na literatura. Do ponto de vista da composi¸c˜ao de logi´ cas, ana-lisaremos a fibrila¸c˜ao (fibring, no original em inglˆes) de l´ogicas, tanto naperspectiva original de D. Gabbay quanto na perspectiva alg´ebrica (ca-tegorial) de A. Sernadas e seus colaboradores. A forma oposta de combi-nar l´ogicas (isto ´e, a decomposic˜¸ao de uma l´ogica dada em logi´ cas maissimples), denominada splitting logics, ser´a tamb´em analisada, atrav´es dediferentes m´etodos: Semˆantica de Tradu¸c˜oes Poss´ıveis e Fibrila¸c˜ao B´asicade Matrizes. Finalmente, a quest˜ao de recuperar uma logi´ ca a trav´es dacombina¸c˜ao de seus fragmentos ser´a tamb´em abordada. Varios´ exemplose aplicac˜¸oes ser˜ao discutidos.1Sum´ario1 Introdu¸c˜ao 32 No¸c˜oes preliminares 53 Semˆantica de Tradu¸c˜oes Poss´ıveis 104 Fibrila¸c˜ao de Gabbay de l´ogicas modais 165 Fibrila¸c˜ao categorial 186 Fibrila¸c˜ao B´asica de Matrizes 277 Colapso e anti-colapso:Traduc¸˜oes e Metatradu¸c˜oes 3221 Introdu¸c˜aoO uso da logica´ formal na representa¸ c˜ao do ...

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Combinac¸a˜o de L´ ogicas
(Tutorial)
Primeira Mini-Escola de L´ogica
PUC–Rio, Setembro de 2005
Marcelo E. Coniglio
Departamento de Filosofia
e
Centro de Logic´ a, Epistemologia e Hist´oria da Ciˆencia (CLE)
Universidade Estadual de Campinas
Campinas, SP, Brazil
coniglio@cle.unicamp.br
Resumo
O objetivo deste tutorial ´e introducir as no¸c˜oes b´asicas de composi¸c˜ao
e decomposi¸c˜ao de l´ogicas, assim como analisar algumas t´ecnicas intro-
duzidas na literatura. Do ponto de vista da composi¸c˜ao de logi´ cas, ana-
lisaremos a fibrila¸c˜ao (fibring, no original em inglˆes) de l´ogicas, tanto na
perspectiva original de D. Gabbay quanto na perspectiva alg´ebrica (ca-
tegorial) de A. Sernadas e seus colaboradores. A forma oposta de combi-
nar l´ogicas (isto ´e, a decomposic˜¸ao de uma l´ogica dada em logi´ cas mais
simples), denominada splitting logics, ser´a tamb´em analisada, atrav´es de
diferentes m´etodos: Semˆantica de Tradu¸c˜oes Poss´ıveis e Fibrila¸c˜ao B´asica
de Matrizes. Finalmente, a quest˜ao de recuperar uma logi´ ca a trav´es da
combina¸c˜ao de seus fragmentos ser´a tamb´em abordada. Varios´ exemplos
e aplicac˜¸oes ser˜ao discutidos.
1Sum´ario
1 Introdu¸c˜ao 3
2 No¸c˜oes preliminares 5
3 Semˆantica de Tradu¸c˜oes Poss´ıveis 10
4 Fibrila¸c˜ao de Gabbay de l´ogicas modais 16
5 Fibrila¸c˜ao categorial 18
6 Fibrila¸c˜ao B´asica de Matrizes 27
7 Colapso e anti-colapso:
Traduc¸˜oes e Metatradu¸c˜oes 32
21 Introdu¸c˜ao
O uso da logica´ formal na representa¸ c˜ao do conhecimento propiciou, principal-
mente a partir do primeiro quarto do s´eculo XX, o desenvolvimento das l´ogicas
chamadas “nao-c˜ l´assicas”, cuja aparic¸ao˜ j´a tinha sido largamente justificada na
tentativa de se obter representa¸ coes˜ formais de racioc´ınios caracter´ısticos da lin-
guagem natural, como aqueles ja´ expressos por Aristote´ les na famosa quest˜ ao
do futuro contingente, e por diversas outras motiva¸ c˜oes filos´ oficas.
Uma an´alise dos trabalhos realizados na area´ da l´ogica aplicada revela que o
uso de l´ogicas nao-c˜ l´assicas em teorias complexas impoe˜ a necessidade de inte-
grar diferentes m´ odulos de inferˆencia, cada um deles governado por uma certa
l´ogica, em sistemas de inferˆencia mais complexos. Isto acarreta a necessidade
de se dispor de mecanismos que permitam combinar l´ogicas de diferente tipo.
Evidentemente, a este tipo de necessidade pragm´ atica devemos contrapor o in-
teresse pr´ oprio que desperta a possibilidade de se obter l´ogicas de tipo h´ıbrido,
nas quais certos conectivos apresentam caracter´ısticas de logic´ as conhecidas de
diferente tipo. Assim, a guisa de exemplo, podemos pensar numa logic´ a dotada
de uma nega¸ c˜ao mais fraca — isto ´e, proveniente de uma logic´ a de tipo para-
consistente ou intuicionista — junto com uma implica¸ c˜ao relevante — ou seja,
satisfazendo as propriedades de uma logic´ a de tipo relevante — ou uma moda-
lidade al´etica — isto ´e, uma modalidade governada pelos princ´ıpios das l´ogicas
modais al´eticas.
Deve ser observado que nos processos de integra¸ cao˜ ou combina¸ c˜ao de logicas´
acima mencionados, estamos sempre pensando na adjunc¸a˜o de logic´ as “simples”
para formar uma l´ogica mais complexa. Seguindo a terminologia introduzida no
artigo [Carnielli e Coniglio, 1999], chamaremos a este processo de composic˜¸ao
(splicing, no original em inglˆes) de l´ogicas. O processo de composi¸ c˜ao de logic´ as
´e do tipo sint´etico, isto ´e: sintetizamos l´ogicas dadas para obter uma nova logic´ a
a partir destas. Um exemplo t´ıpico de s´ıntese de logic´ as ´e a t´ecnica de fibrila¸ cao˜
(fibring, no original em inglˆes) introduzida na literatura pelo l´ogico Dov Gab-
bay em [Gabbay, 1996] (veja tamb´em [Gabbay, 1999]). Por outro lado, podemos
pensar num processo anal´ıtico que permita decompor uma l´ogica dada em com-
ponentes mais simples. Este tipo de processo ´e chamado de decomposic˜¸ao (split-
ting, no original inglˆes) de l´ogicas em [Carnielli e Coniglio, 1999]. Esta perspec-
tiva surge, principalmente, na tentativa de explicar uma determinada logic´ a em
termos de l´ogicas mais simples (ou mais conhecidas), atrav´es de tradu¸coes˜ entre
a l´ogica objeto e as l´ogicas auxiliares, como no caso das chamadas semˆanticas
de tradu¸c˜oes poss´ıveis, introduzidas por W. Carnielli em [Carnielli, 1990] e es-
tudadas posteriormente em [Marcos, 1999] e [Carnielli, 2000].
De maneira resumida, podemos considerar ent˜ao duas perspectivas comple-
mentares no processo de combinar sistemas l´ogicos:
(1)Composic¸˜aodeLogi´ cas (Splicing logics): Perspectivabottom–up (sint´etica).
Exemplo: Fibrila¸ c˜ao de D. Gabbay
3f
8
f
w
8


w
L N
p N
p N
p N
p Ni p Ni1 2
p N
p N
p N
p N
p N
p N
p N
p
L L1 2
L =L L1 2
Isto significa: L ´e sintetizada a partir deL eL1 2
(2) Decomposic¸˜ao de L´ogicas (Splitting logics): Perspectiva bottom–down
(anal´ıtica).
Exemplo: Semˆ antica de Tradu¸ c˜oes Poss´ıveis de W. Carnielli
L N
p N
p N
p N
p Nf p Nf1 n
N
p
p N
p N
p N
N
p
p N
p N
p
...L L1 n
L =L ···L1 n
Isto significa: L ´e analizada atrav´es deL e ... eL1 n
´E importante observar que n˜ ao existe uma distinc¸ao˜ fundamental entre decom-
por e compor de l´ogicas, da mesma forma em que n˜ ao uma diferen¸ ca fundamental
entre decompor um nu´mero em fatores primos ou multiplicar nu´meros primos
para compor um numero.´ Por´em, existe uma diferen¸ ca de atitudes e de expec-
tativas, que se reflete na distinc¸ao˜ entre a informa¸ c˜ao com a que contamos e o
resultado que esperamos obter.
Se, como propusemos anteriormente, representamos o resultado de um pro-
cesso de combinar l´ogicas pela express˜ao L =L L , existem duas maneiras1 2
de interpretar esta equa¸ c˜ao:
• Se nosso ponto de partida s˜ao as l´ogicas L e L (conhecidas), e se L ´e a1 2
nossa “inc´ ognita”, podemos dizer que estamos frente a um caso t´ıpico de
composi¸ cao˜ das l´ogicasL eL para se obterL.1 2
• Analogamente, se a logic´ a L ´e conhecida, estamos portanto frente a uma
situa¸ c˜ao t´ıpica de decomposi¸ c˜ao deL em fatoresL eL , presumivelmente1 2
mais simples. Por sua vez, estes fatores podem ser l´ogicas novas (ou novos
fragmentos de l´ogicas conhecidas), ou podem ser l´ogicas j´a conhecidas, em
cujo caso encontramos uma nova rela¸ cao˜ entre L, L e L . Observe que1 2
esta ultima situa¸ cao˜ pode ser vista indistintamente como composi¸c˜ao e
decomposi¸ cao.˜
4Os atuais desenvolvimentos e estudos na ar´ ea da composi¸ c˜ao e decomposic¸ao˜
de l´ogicas tˆem alguns predecesores na literatura: assim, alguns ingredientes
das semˆ anticas de tradu¸ c˜oes poss´ıveis, ainda que numa forma incipiente, po-
dem ser reconhecidos em algumas variantes da fibrila¸ c˜ao de Gabbay. Mesmo
que a formula¸ cao˜ de Gabbay tenha sido posterior (1996), sua intui¸cao˜ co-
incidiu em forma independente com as de [Carnielli, 1990]. Ainda anterior-
mente, tra¸ cos da l´ogica discussiva de S. Ja´skowski (cf. [Ja´skowski, 1949]) sao˜
reconhec´ıveis na id´eia geral da semˆantica de sociedades, introduzidas no ar-
tigo [Carnielli e Lima-Marques, 1999] e posteriormente generalizadas no artigo
[Fern´ andez e Coniglio, 2003]). Por outro lado, a fibrila¸ c˜ao bas´ ica de matrizes
(cf. [Coniglio e Fernand´ ez, 2005]), por sua vez, ´e precedida tanto pela no¸ c˜ao
original de fibrila¸ cao˜ de l´ogicas modais de Gabbay quanto pela definic¸ao˜ de pro-
duto de matrizes l´ogicas introduzida por J. Lu kasiewicz em [Lu kasiewicz, 1953]
para estudar as suas modalidades quatro-valoradas.
2 No¸c˜oes preliminares
Uma quest˜ ao fundamental e que, de certa maneira, deve ser pr´evia a qualquer
an´ alise sobre a possibilidade de combinar sistemas l´ogicos, consiste precisamente
no problema de representar as` l´ogicas envolvidas. A pergunta b´ asica ´e a seguinte:
a qual tipo de estrutura ou de no¸ cao˜ estamos nos referindo quando falamos em
“sistema l´ogico”, ou “l´ ogica”? Tratar-se-ia de um mecanismo de prova (tablˆo,
deduc¸˜ao natural, sistema axiomat´ ico, etc.) ou de um m´etodo semˆ antico (val-
ora¸ c˜oes, matrizes logicas´ , semˆ antica de Kripke etc.)? A resposta pode ser qual-
quer das anteriores, e a abundante literatura sobre logic´ a

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