Viagens de Gulliver
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Viagens de Gulliver , livre ebook

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Description

Gulliver — personagem de fábula que salta da imaginação e da pena do seu inventor Jonathan Swift — conta-nos minuciosamente as espantosas aventuras que lhe vão acontecendo quando, através de um mundo como que mitológico, ele vai encontrando e conhecendo os habitantes e a maneira de viver dos países-miniatura de Lilipute e Blefuscu, do domínio dos Brobdingrag ou dos gigantes, da ilha suspensa e giratória de Lapúcia, da Academia dos Balnibarbos, da terra dos Yahús e dos Huyhnhnms, entre outros. Agradando às crianças, pelo que de ação e diversão contém, este livro é de um raro interesse também para os adultos, que logo verificarão tratar-se de uma obra extraordinariamente arrojada tanto em relação ao tempo em que foi escrita (1726), como em relação ao nosso próprio tempo.
É uma violenta sátira à sociedade de todas as épocas, aos preconceitos e leis que regem os homens, e de que tantas vezes eles se não apercebem.

Sujets

Informations

Publié par
Date de parution 11 novembre 2017
Nombre de lectures 2
EAN13 9789897781018
Langue Português

Informations légales : prix de location à la page 0,0007€. Cette information est donnée uniquement à titre indicatif conformément à la législation en vigueur.

Extrait

Jonathan Swift
VIAGENS DE GULLIVER
 
Índice
 
 
 
Parte 1 — Viagem a Lilipute
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Parte 2 — Viagem a Brobdingnac
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Parte 3 — Viagem à Lapúcia
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Parte 4 — Viagem aos Balnibarbos
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Parte 5 — Viagem a Glubbdubdrib
Capítulo 1
Parte 6 — Viagem a Luggnagg
Capítulo 1
Capítulo 2
Parte 7 — Viagem ao Japão
Capítulo 1
Parte 8 — Viagem ao País dos Huyhnhnms
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Carta do Capitão Gulliver a Seu Primo Richard Sympson
 
Parte 1 — Viagem a Lilipute
 
Capítulo 1
 
 
 
Meu pai, modesto propriet á rio na prov í ncia de Nottingham, teve cinco filhos, e a mim, o terceiro deles, mandou-me aos catorze anos para o col é gio Emanuel, de Cambridge, onde estive at é aos dezassete, aplicando-me deveras ao estudo; mas como a despesa que eu ali fazia, sem ser grande, era demasiada para os seus poucos meios, p ô s-me a praticar junto de Mr. James Bates, eminente cirurgi ã o de Londres, com quem vivi quatro anos.
De tempos a tempos enviava-me meu pai algum dinheiro, que servia para aprender pilotagem e outros ramos das matem á ticas mais necess á rios aos que se destinam a andar embarcados, pois imaginava ser essa de futuro a minha vida.
Deixando a companhia de Mr. Bates, regressei a casa de meu pai; e dele, de meu tio Jo ã o e de outros parentes pude alcan ç ar quarenta libras esterlinas com a promessa de trinta cada ano para a minha subsist ê ncia em Leida, onde durante dois anos e sete meses estudei Medicina, persuadido da sua grande utilidade nas viagens que imaginava.
Logo depois de voltar de Leida, gra ç as a recomenda çõ es e dilig ê ncias do meu bondoso mestre Mr. Bates, fui feito cirurgi ã o do Andorinha, no qual andei tr ê s anos com o capit ã o Abra ã o Panell, que era o comandante, em v á rias viagens ao Levante e a outros pontos.
Por fim resolvi estabelecer-me em Londres e Mr. Bates animou-me a faz ê -lo e apresentou-me aos seus doentes. Aluguei parte de um palacete no bairro chamado Old-Jewry e da í a pouco casei com Maria Burton, segunda filha de Eduardo Burton, negociante da rua de Newgate, que me trouxe em dote quatrocentas libras esterlinas.
Passaram-se dois anos; Mr. Bates, o meu querido mestre, faleceu; e n ã o tendo j á quem me protegesse, foram os doentes deixando de me procurar. A consci ê ncia n ã o me permitia seguir o exemplo da maior parte dos cirurgi õ es, cujo saber é muito semelhante ao dos procuradores de causas; consultando minha mulher e alguns amigos í ntimos, determinei embarcar outra vez.
Fui em seguida cirurgi ã o de dois navios; e nas viagens que neles fiz em seis anos, à s Í ndias orientais e ocidentais, consegui aumentar os meus diminutos haveres.
O tempo que tinha livre empregava-o lendo os melhores autores antigos e modernos, de que sempre me provia; e quando punha o p é em qualquer terra n ã o me descuidava de observar os usos e costumes dos habitantes, e de aprender ao mesmo tempo a l í ngua do pa í s, coisa que fazia sem dificuldade por ter boa mem ó ria.
Dessas viagens n ã o foi feliz a ú ltima. Desgostei-me do mar e meti-me em casa com minha mulher e meus filhos. Mudei-me de Old-Jewry para a rua de Fetter-Lane, e de l á para Wapping na esperan ç a de que os marinheiros se tratassem comigo, mas tal n ã o sucedeu.
Decorridos tr ê s anos sem melhor fortuna, aceitei as propostas vantajosas do capit ã o Guilherme Prichard, que ia partir no Ant í lope para o mar do Sul. Embarc á mos em Bristol a 4 de maio de 1699 e a viagem efetuou-se ao princ í pio sem o menor contratempo.
Acho in ú til enfadar o leitor com os pormenores das nossas aventuras naqueles mares; basta contar-lhe que, indo n ó s em demanda das Í ndias orientais, apanh á mos uma tormenta que nos arrojou para nordeste da terra de Van-Diemen, concluindo, de uma observa çã o que pude fazer, estarmos a trinta graus e dois minutos de latitude sul. Da tripula çã o haviam morrido doze homens por trabalho excessivo e mau sustento. A 5 de novembro (come ç o do ver ã o naquelas paragens), e tendo escurecido o tempo, divisaram os marinheiros um cachopo que j á n ã o distava do navio mais de uma amarra, e n ã o podendo vencer a for ç a do vento, fomos contra ele, ficando o navio encalhado. Eu e cinco companheiros salt á mos depressa para uma lancha e, à for ç a de remos, conseguimos safar-nos do penedo e do barco. And á mos assim coisa de tr ê s l é guas, at é que, mortos de cansa ç o, caindo-nos os remos das m ã os, nos vimos à merc ê das ondas e da violenta nortada, que logo virou a lancha.
Ignoro qual tenha sido a sorte dos que ficaram no navio e no cachopo e dos que vieram comigo na lancha. Penso que nenhum escapou.
A nadar ao acaso, foram-me o vento e a mar é impelindo para a banda da terra. A espa ç os deixava pender as pernas sem encontrar fundo; finalmente, quase a desfalecer, tomei p é . Ent ã o j á o temporal decrescia. Cobrei â nimo, andei ainda meia l é gua dentro de á gua, porque o declive da praia era pouco sens í vel, e cerca de um quarto de l é gua caminhei em seguida, sem topar casas nem vest í gios de gente. Havia contudo no pa í s numerosa popula çã o. Estava a cair de sono com a fadiga, o calor e meio quartilho de aguardente que bebera ao fugir do navio. Deitei-me na relva, por sinal muito fina, e logo adormeci profundamente. Dormi nove horas. Quando acordei quis levantar-me, mas n ã o pude. Tinha-me deitado de costas; achei o cabelo, as pernas e os bra ç os presos ao ch ã o, e atravessados sobre o corpo, das coxas aos sovacos, bastantes cord õ es delgad í ssimos. A posi çã o em que eu jazia n ã o me deixava olhar sen ã o para cima; o Sol, j á quente, cegava-me com a sua luz viva. Fez-se um rumor confuso à roda de mim; mas via apenas o Sol, porque n ã o podia voltar-me. Comecei ent ã o a sentir sobre a perna esquerda o que quer que fosse que bulia, e vinha subindo com leveza, passando-me pelo peito e chegando at é perto do queixo. Qual n ã o foi o meu espanto ao dar com os olhos numa figurinha humana, que teria umas seis polegadas de altura, trazendo na m ã o arco e flecha e aljava à s costas, acompanhada de mais quarenta da mesma esp é cie! Desatei a berrar de tal modo que todos aqueles animaizinhos se puseram em fuga e soube depois que alguns deles, cheios de medo, saltaram precipitadamente de cima do meu corpo para o ch ã o, dando quedas em que ficaram muito maltratados. Apesar disso, reapareceram da í a pouco e um deles, mais ousado, adiantando-se at é me ver a cara, ergueu as m ã os e os olhos para o c é u, como maravilhado, e disse em voz esgani ç ada, mas bem distintamente, estas palavras, muito repetidas pelos outros: Hekinah degul, cujo sentido n ã o percebi.
Do que se passaria em mim naquelas circunst â ncias, surpreendido, inquieto e perturbado, pode o leitor fazer ideia, imaginando-se numa igual situa çã o. Forcejando por me soltar, tive a fortuna de partir os cord õ es e arrancar da terra as estacas que me prendiam o bra ç o direito (pois dera f é , erguendo-me um pouco, de que me conservava ligado e cativo), e num forte repel ã o, causando-me dor intensa, afrouxei os fios que do lado direito me atavam os cabelos (e eram ainda mais finos), podendo assim, com facilidade, mover um pouco a cabe ç a.
Aqueles insetos humanos debandaram logo, dando gritos viv í ssimos, e mal a gritaria cessou ouvi um deles berrar: Tolgo phonac! Imediatamente senti a m ã o direita ferida por mais de cem flechas, que me picavam como outras tantas agulhas. Deram segunda descarga para o ar, da maneira como n ó s na Europa lan ç amos as bombas; e apesar de as n ã o ver, creio que algumas flechas, descrevendo curvas, me ca í ram no corpo e no rosto, que eu procurava tapar com a m ã o direita. Acabada a chuva das flechas, fiz dilig ê ncia por me desprender mais; seguiu-se nova descarga ainda maior, e alguns tentaram dar-me lan ç adas; felizmente tinha vestido um colete de coiro de anta, impenetr á vel aos golpes. Assentei em me deixar estar quedo, e assim permanecer at é à noite, para ent ã o, desenvencilhando o bra ç o esquerdo, poder p ô r-me de todo em liberdade; com rela çã o aos habitantes, considerava-me justificadamente t ã o forte como os poderosos ex é rcitos que levantassem para me atacar, sendo todos os indiv í duos da estatura dos que at é ali tinh

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